Milhares de catarinenses tiveram suas rotinas alteradas no último final de semana, com inundações, enxurradas, alagamentos, deslizamentos de encostas, vendaval e granizo.
72 municípios são afetados por ocorrências climáticas, principalmente no Vale do Itajaí, ocasionado pela forte chuva em todo o estado.
O Alto Vale do Itajaí ainda está em estado de alerta, principalmente em Rio do Sul, Agronômica, Taió e Presidente Getúlio, onde muitas pessoas continuam em abrigos e o acesso está prejudicado com a água que invadiu as rodovias da região.
As barragens de Taió e Ituporanga, que integram o sistema de contenção de cheias no Vale do Itajaí, transbordaram e ainda estão com o nível acima do limite. Mas o nível dos rios, como o Itajaí-Açu, vem baixando gradualmente, desde a trégua das chuvas, trazendo alívio palpável na expressão de todos.
A Defesa Civil de Santa Catarina contabiliza em 22 mil o número de pessoas afetadas pelas cheias, 3.400 desalojados, 14.300 desabrigados e seis mil residências atingidas.
Mas, diferente de 2008, quando a forte chuva pegou todos de surpresa e completamente despreparados para o que viria a ser a maior catástrofe climática em Santa Catarina, desta vez o sistema de alerta e as medidas de prevenção foram acionados com antecedência, permitindo que os moradores de áreas de risco conseguissem retirar bens de suas moradias e sair antes da inundação.
Comércio, indústria e prestadores de serviço também se mobilizaram a tempo e desde sexta-feira retiraram bens e mercadorias, evitando prejuízos maiores.
O sistema de monitoramento, criado pela Defesa Civil Nacional, com a criação de institutos especializados para fazer o monitoramento de fenômenos climáticos, como o de Rio do Sul, foi fundamental.
Santa Catarina é um exemplo concreto, onde com mais de 10 dias de antecedência a Defesa Civil pôde se preparar, as barragens foram esvaziadas para receber um volume maior de água e evitar a subida exorbitante dos níveis dos rios, a retirada das pessoas e do seu patrimônio, para reduzir os riscos de vida e os prejuízos materiais.
Mas o Estado ainda está em alerta. A previsão para hoje (24) é a diminuição do volume das chuvas, de acordo com a Epagri/Ciram. A Defesa Civil Estadual tem alertado a população para a possibilidade de deslizamentos de terra em encostas de diversas regiões do estado. Ainda de acordo com os órgãos, a maré alta e a ressaca do mar prevista para hoje e amanha (25) devem dificultar o escoamento das chuvas no Litoral do estado.
Quanto à possibilidade de deslizamentos, a Defesa Civil afirma que diversos municípios da Grande Florianópolis, Litoral e Planalto Norte, Vale do Itajaí, Litoral Sul, Centro-Oeste, Serra catarinense e Litoral Sul registraram volumes significativos, com registro de deslizamentos em diversas localidades.
Deve ser observado qualquer movimento de terra ou rochas próximas a suas residências, inclinação de postes e árvores e rachaduras em muros ou paredes. Neste caso, é recomendável que a família saia de casa e acione a Defesa Civil municipal ou o Corpo de Bombeiros.
Ontem a Ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, estiveram em Santa Catarina e asseguraram ajuda do Governo Federal aos pleitos do Governo do Estado, a medida que for solicitado.
A ajuda federal pode ser na liberação de recursos para o atendimento emergencial ou para a reconstrução, na construção de pontes e melhorias das estradas vicinais, determinação da presidente Dilma Rousseff.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, assegurou que há R$ 16 bilhões para o PAC Prevenção no país. Para Santa Catarina, são R$ 250 milhões só orçamento do Ministério da Integração Nacional. Esses recursos são para a construção de barragens e canais extravasores.
Além de equipar estados e municípios, com a compra de radares. Nos próximos dias, o governo federal deve liberar R$ 60 milhões para iniciar as desapropriações, onde será construída as barragens de Itaporanga e Taió, também assegurou o ministro Fernando Bezerra.
Agora é hora, mais uma vez, de arregaçar as mangas, unir esforços e trabalhar na reconstrução. Como muito bem entendem os catarinenses.
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